Microgerência: conheça as vantagens e desvantagens

Você sabe o que é microgerência? Na prática, ela representa uma forma de gestão de empresa em que existe uma atuação mais próxima do chefe em relação a seus subordinados, seja na observação ou no controle de suas tarefas.

O conceito costuma ser visto de maneira negativa pelas pessoas, uma vez que está muito associado a problemas como assédio moral, entretanto, trata-se de algo que precisa ser compreendido na sua totalidade, considerando vantagens e desvantagens em sua aplicação, uma vez que, quando bem aplicado, pode ser útil para a organização.

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Como a microgerência funciona na prática

O microgerente é o responsável pela empresa ou por um setor. Cabe a ele atribuir tarefas e acompanhar cada etapa do processo produtivo, tendo sempre uma visão crítica a respeito das atividades, para que possa fazer questionamentos e até sugestões em relação à maneira certa como o profissional deve proceder em relação a cada projeto.

Nesse tipo de gestão, existe a figura do chefe que observa, avalia, fiscaliza e controla os diferentes processos desenvolvidos por seus subordinados na companhia. Em virtude disso, é natural que a prática seja considerada negativa, uma vez que um chefe pouco preparado tende a se exceder em questões como a cobrança e o controle das ações, amedrontando subalternos e inibindo suas iniciativas.

Ainda assim, a microgerência pode ser bem aplicada dentro de uma companhia, aparecendo como um diferencial competitivo no mercado. Isso acontece quando ela é desenvolvida de maneira cuidadosa.

Dessa forma, quando a incidência de conflitos é amenizada, esse acompanhamento detalhado das ações permite uma melhor avaliação dos detalhes da produção e, consequentemente, facilita a adoção de medidas visando as correções dos problemas.

Maiores vantagens para a organização

O primeiro ponto a ser destacado é justamente essa proximidade das tarefas do dia a dia que permitem a uma pessoa com autoridade garantir que sejam executadas de maneira criteriosa. O ideal é que essa liderança atue no sentido de impulsionar a ação dos subordinados, facilitando seu trabalho e dando a eles autonomia para prosperar.

Quando esse cenário existe, a microgerência aparece como uma ferramenta para garantir que as ações aconteçam de maneira compatível com os interesses da organização, em vez de ser um empecilho para o sucesso do negócio.

Pense em uma pessoa altamente capacitada e quem tem o interesse em ajudar a empresa a alcançar resultados, mas também, em fazer com que seus subordinados possam progredir profissionalmente. Nesse sentido, sua orientação tem um viés muito mais voltado à eficiência na supervisão do que a simples vaidade que pode subir à cabeça de um gestor menos preparado para a missão.

Maiores desvantagens para a organização

Por outro lado, quando não há o devido cuidado, ou seja, quando o microgerente deixa de delegar tarefas com racionalidade e dar as devidas orientações para que os funcionários hajam com correção, e passa a usar de sua autoridade para pressionar e até dominar os profissionais, a tendência é que surjam problemas no ambiente de trabalho.

Entre eles podemos citar a falta de sincronia entre os objetivos da empresa e os dos colaboradores e, evidentemente, a alta taxa de rotatividade. Perceba que os problemas vão além do simples desentendimento entre as partes, gerando maiores dificuldades no próprio processo produtivo das organizações, impedindo que elas alcancem seus objetivos em virtude do pouco entendimento a respeito da qualidade de vida no trabalho.

Uma empresa onde existe o sistema de microgerência mau desenvolvido dificilmente poderá contar com o máximo de seus trabalhadores, tendendo a perder os principais quadros e gerar gastos excessivos com reposições e treinamentos.

Consequências para a cultura da empresa

É bom lembrar que, muitas vezes, a microgerência surge da própria dificuldade da empresa de definir processos, seja por conta de falhas na etapa de planejamento, seja pelo próprio estilo do gestor.

De qualquer forma, é preciso se organizar e garantir que ela não seja consequência de problemas de gestão, como quando os chefes buscam resultados que a equipe não está preparada para alcançar. Em cenários assim é natural que o gestor se sinta ansioso e acabe pressionando seus funcionários para ter resultados.

É esse tipo de raciocínio que costuma estar por trás de problemas como gestores que não conseguem tirar férias por medo de ver as coisas desandarem na empresa ou a dificuldade em fazer com que colaboradores cresçam na função em que exercem.

Por outro lado, quando a microgerência existe em função de um planejamento adequado, ela nada mais é do que um recurso para otimizar o desempenho da equipe e fazer da proximidade entre os envolvidos um aliado na busca pelo objetivo estratégico da organização.

Porque se preocupar com o tema

Porque muitas vezes, a microgerência surge no seu negócio sem que você queira. Ela é comum, principalmente, na realidade de empresas em que existe a figura do “gestor faz tudo”, determinado profissional conhecido por achar que sabe demais e por esse motivo é incapaz de delegar até mesmo as tarefas mais triviais para a sua equipe.

Consequentemente, ele age como se o fato de ser o dono do negócio desse a ele conhecimento pleno a respeito de todas as funções e técnicas que compreendem o universo da empresa.

Esse tipo de gestor corre mais riscos, pois costuma se aventurar a lidar com questões que vão além do foco central do seu negócio, tais como contabilidade, por exemplo. Um gestor sem a devida capacidade ou com uma atitude hostil em relação a seus funcionários pode causar problemas nas ações do dia a dia, fazendo com que a empresa sofra com as consequências de um preparo inadequado.

Por outro lado, quando a microgerência é algo pensado e racionalizado, ela pode sim ser útil não somente para que a empresa atinja resultados, mas também para que cada colaborador tenha como crescer profissionalmente, algo que, aliás, costuma trazer benefícios para a organização, seja pela redução da taxa de rotatividade, seja por gerar uma imagem positiva entre os profissionais no mercado, ou até por dar ao empreendimento a capacidade de formar novos quadros adequadamente.

Não pense em microgerência como um problema para a sua empresa sem antes saber o que, de fato, ela pode representar para o seu negócio. Criando uma cultura organizacional forte, mesmo a presença direta do gestor junto a seus subordinados pode ser algo positivo para os resultados da companhia.

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