O custo de produção é um dado muito importante para manter a competitividade do negócio, uma vez que é preciso gerar lucratividade em relação às vendas. Veja como reduzir as despesas na sua fábrica!
Otimizar o custo de produção da sua fábrica de móveis é uma maneira de conquistar uma vantagem competitiva para o negócio sem necessariamente aumentar as vendas ou a produtividade.
Com investimentos inteligentes, técnicas mais avançadas de gerenciamento de recursos e, claro, ferramentas tecnológicas, é possível eliminar desperdícios e fazer com que a empresa consiga operar de forma mais enxuta, fazendo mais com menos.
Neste artigo, explicaremos quais são as principais bases do custo de produção em uma fábrica de móveis e como eles podem ser otimizados. Confira!
O que é o custo de produção?
O custo de produção consiste em todo tipo de gasto necessário para a operação e produtividade de uma fábrica. Por isso, é essencial para um gestor conhecer não só quais são os seus custos, mas também as características deles: um custo pode ser direto ou indireto, variável ou fixo, recorrente ou não recorrente, por exemplo.
Os custos são a base para a formação do preço de venda. Com isso, pode-se definir o quão competitiva a empresa se torna no mercado. Uma formação de preço de venda indevida impacta diretamente na rentabilidade dos negócios e, consequentemente, na capacidade de investimento.
O custo real de produção de um produto vai muito além de matérias-primas e mão de obra. Para compreender melhor quais são esses gastos, vale a pena entender algumas categorias de despesas.
Custos diretos e indiretos
Os custos diretos são aqueles diretamente conectados e mensuráveis na produção de um produto. No caso de uma fábrica de móveis, chapas de madeira e horas despendidas pelos colaboradores são custos diretos.
Por outro lado, os custos indiretos ou despesas são gastos que não estão diretamente ligados ao processo de produção do produto, mas incorporam valor a ele por critérios de rateio. A eletricidade, o desgaste das máquinas e investimentos em ferramentas e novas tecnologias são custos indiretos.
Custos fixos e variáveis
Além de direto ou indireto, um custo pode ser também variável ou fixo. Um custo fixo é aquele cujo valor não se altera em relação direta ao volume produzido. Um novo software é um exemplo simples de custo indireto fixo.
Já um custo variável é aquele que sofre alteração conforme o volume produzido. Aqui, chapas de MDF são um exemplo natural de custo direto variável. Por outro lado, a eletricidade é um custo indireto, mas também variável.
Custos recorrentes e não recorrentes
Os custos recorrentes são os custos esperados que ocorrem de forma regular e contínua, ou seja, fazem parte do dia a dia da empresa. Eles são previsíveis e acontecem com frequência, mensal, trimestral ou anualmente.
Como exemplo, temos os salários e encargos sociais dos funcionários, as despesas com aluguel de escritório ou fábrica e as contas de serviços públicos (energia elétrica, água, telefone).
Já os não recorrentes são custos que ocorrem de maneira esporádica e não são previsíveis. Eles podem surgir de eventos ou situações excepcionais, como mudanças no mercado ou investimentos únicos.
Exemplos incluem a aquisição de um imóvel ou ativo, multas ou penalidades aplicadas por órgãos reguladores e rescisões contratuais e custos relacionados à demissão de funcionários.
Por que é importante conhecer o custo de produção de seu negócio de móveis?
Compreender o custo de produção é essencial para garantir a saúde financeira do negócio na indústria moveleira. A seguir, veja alguns dos principais benefícios de um controle rigoroso.
Precificação adequada
Conhecer os custos permite estabelecer preços que cubram os gastos operacionais e garantam uma margem de lucro satisfatória. Sem esse controle, há o risco de praticar valores abaixo do necessário para manter a empresa sustentável ou, ao contrário, preços muito elevados que afastam clientes.
Eficiência operacional
O monitoramento contínuo dos custos possibilita a identificação de gargalos e desperdícios. Isso permite ajustes que aumentam a produtividade e reduzem perdas, além de resultar em processos mais enxutos e uma melhor utilização dos recursos disponíveis.
Planejamento estratégico
Um conhecimento aprofundado dos custos viabiliza uma projeção mais precisa dos gastos futuros, o que auxilia na tomada de decisões sobre investimentos, ampliação da capacidade produtiva e desenvolvimento de novos produtos.
Maior competitividade
Empresas que controlam seus custos de forma eficaz conseguem oferecer melhores condições ao mercado, seja por meio de preços mais atrativos ou da melhoria da qualidade dos produtos sem aumentar os preços.
Quais são os tipos de custo de produção?
O custo de produção pode ser classificado em duas categorias principais: a priori e a posteriori.
Custos a priori
Trata-se de custos estimados antes da produção, baseados em previsões e planejamentos. Eles ajudam a planejar e tomar decisões antecipadas para prever o que será necessário para realizar a ação ou investimento. Alguns exemplos são:
- Matéria-prima;
- Salários e benefícios da mão de obra;
- Custos fixos da fábrica (aluguel, impostos, seguros);
- Energia elétrica estimada.
Custos a posteriori
Aqui, temos os custos efetivamente registrados durante e após o processo produtivo. Esses valores refletem os gastos reais da produção e podem ser analisados para ajustes futuros.
Ainda, são importantes para avaliar a eficácia das decisões tomadas no passado e entender o impacto financeiro real das ações já realizadas. Nessa categoria estão incluídos:
- Perdas de material;
- Retrabalho de peças;
- Custos extras com manutenção inesperada;
- Consumo real de energia.
Como é formado o custo total de produção?
O custo total de produção é calculado somando-se todos os custos diretos e indiretos. A fórmula geral é:
Custo Total = Custos Fixos + Custos Variáveis
Compreender esses componentes ajuda a estruturar melhor os custos e identificar oportunidades de redução de gastos sem comprometer a qualidade do produto final. Com base nos custos a priori e a posteriori, a soma total deve conter:
- Matéria-prima e insumos: engloba todos os materiais utilizados na fabricação, como madeira, ferragens, tintas e colas.
- Mão de obra direta: refere-se ao custo dos colaboradores que atuam diretamente na produção, como montadores e operadores de máquinas.
- Custos indiretos de fabricação: incluem despesas com energia elétrica, aluguel da fábrica, manutenção de equipamentos, entre outros.
- Depreciação de máquinas e equipamentos: trata-se da perda de valor dos bens ao longo do tempo, essencial para calcular os custos reais da produção.
- Despesas operacionais e administrativas: embora não estejam diretamente ligadas à fabricação, impactam a estrutura de custos da empresa.
A depreciação de máquinas de produção é considerada custo ou despesa?
A depreciação de máquinas de produção é considerada um custo indireto de fabricação. Isso porque, embora não esteja diretamente relacionado ao volume produzido, é um gasto necessário para manter a produção funcionando a longo prazo.
A depreciação é um conceito contábil que reflete a perda de valor dos ativos ao longo do tempo devido ao uso, obsolescência ou desgaste natural. Esse custo é alocado ao longo da vida útil da máquina para garantir que seu impacto financeiro seja diluído ao invés de ser registrado de uma só vez.
Empresas que não consideram a depreciação podem acabar subestimando seus custos reais e enfrentando dificuldades financeiras quando precisam substituir equipamentos antigos.
Por isso, a depreciação deve ser contabilizada na formação de preços e no planejamento financeiro da indústria para a reposição futura de máquinas.
Como calcular o custo de produção?
Para mensurar com exatidão todos os custos de produção de uma fábrica de móveis, é preciso antes uma estruturação dos processos de trabalho. É natural que uma empresa conheça bem seus gastos com matéria-prima, mão de obra e despesas com eletricidade, mas nem toda gestão faz um cálculo meticuloso de como esses custos vão interferir nos preços finais dos produtos.
Para compreender melhor onde é possível otimizar e como isso deve ser feito, uma análise mais profunda e a estruturação dos processos são passos fundamentais. Com base nas coletas de dados no processo produtivo, é possível realizar análise e identificar melhorias, aumentando a eficiência, otimizando custos e possibilitando uma maior competitividade.
Com processos bem definidos e descritos, é mais fácil coletar quais são as entradas e saídas de cada um deles. Isso permite o cálculo simples de todos os custos diretos envolvidos. Para os custos indiretos, é necessário conhecê-los e fazer o rateio deles em relação à produtividade da fábrica.
Isso significa que, se a fábrica consegue aumentar sua produtividade, é bem esperado que o impacto dos custos indiretos seja bem menor sobre os preços, especialmente aqueles que são fixos. Fazer toda essa matemática manualmente pode até funcionar, mas não é a forma mais adequada de compreender o custo de produção da fábrica.
Com a utilização de um software ERP especializado, esse trabalho é realizado com muito mais precisão, velocidade e eficácia. Com o ERP, é possível monitorar todos os custos e gerar análises, possibilitando comparar e acompanhar possíveis distorções entre o custo padrão e o custo real.
Como calcular o custo unitário de produção?
O custo unitário de produção é obtido dividindo-se o custo total de produção pelo número total de unidades produzidas em um período. A fórmula é:
Custo Unitário = Custo Total de Produção / Quantidade de Produtos Produzidos
Esse cálculo ajuda a determinar a rentabilidade do negócio e a definir preços competitivos no mercado.
Exemplo prático
Uma fábrica de mesas de madeira gastou:
- R$ 150.000 em custos fixos (aluguel, salários administrativos, depreciação de máquinas etc.);
- R$ 100.000 em custos variáveis (matéria-prima, mão de obra direta, energia elétrica para produção etc.);
- Produziu 500 mesas no período.
O custo total de produção será:
150.000+100.000=250.000
O custo unitário será:
250.000/500 = R$ 500,00
Como reduzir o custo de produção na sua indústria moveleira?
É possível otimizar o custo de produção em várias frentes, mas para todas elas, o gestor deve conhecer antes quais são esses custos e para que são utilizados. Um erro nesse processo de enxugamento de gastos pode prejudicar a produtividade e até a segurança dos colaboradores.
Agora, vamos conferir algumas ações que podem ajudar!
Redução de desperdícios
Uma dica simples de otimização de custos é reduzir desperdícios com a matéria-prima. Fazer planos de cortes mais inteligentes e saber como reaproveitar sobras é algo simples que pode ser aplicado sem grande esforço em boa parte das linhas de produção.
Redução de mão de obra
Também é interessante reduzir os desperdícios com a mão de obra: quem trabalha mais não necessariamente é mais produtivo. O melhor para qualquer empresa é produzir muito com pouco esforço. Portanto, evite gastos com horas extras e faça com que cada minuto de um colaborador dentro da fábrica seja direcionado para a produtividade.
Foco em treinamentos e capacitações
Investir em treinamentos e capacitações também pode auxiliar nesse aspecto. Com mais conhecimento técnico, os colaboradores são capazes de trabalhar com mais agilidade e menos erros, otimizando o seu potencial.
Redução de energia elétrica
Conseguir otimizar os gastos de eletricidade pode reduzir significativamente essa despesa que, muitas vezes, é o segundo ou terceiro maior gasto em uma linha de produção.
Além de equipamentos mais eficientes do ponto de vista energético, decisões de produção mais inteligentes feitas com dados de ERP podem resultar em uma economia de energia bem expressiva.
Isso porque o ERP possibilita análise gerencial de todos os dados coletados, centraliza todas as informações, realiza cruzamento e gera informações rápidas e seguras, possibilitando tomar decisões mais acertadas.
Investimento em tecnologia
Investimentos inteligentes em tecnologias também são maneiras de otimizar os custos. Mesmo que envolvam um gasto imediato maior, máquinas mais avançadas, softwares especializados e outras ferramentas podem causar um impacto na produtividade ou na redução de custos que abrirão uma vantagem competitiva para a fábrica.
As fábricas buscam se tornar cada vez mais competitivas, e os softwares são fundamentais para a evolução de todo o processo produtivo. A informatização das fábricas aumenta a eficiência no uso da mão de obra, e a melhor alocação dos recursos também possibilita organizar os processos produtivos, reduzindo retrabalhos e perdas desnecessárias.
Otimizar o custo de produção em uma fábrica de móveis não é apenas uma questão de redução de gastos, mas sim uma estratégia inteligente para alcançar maior competitividade no mercado. Ao dominar as bases de todos os gastos e implementar práticas de otimização, as fábricas de móveis ficam mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado e alcançar um crescimento constante.
Agora que você já sabe como otimizar as bases do custo de produção, que tal aproveitar para aprender também a controlar a produção da sua fábrica de móveis com o nosso e-book?