Os gargalos de produção são obstáculos que podem limitar a capacidade final de um processo produtivo. Uma linha de produção de qualquer natureza é dividida em várias etapas: no setor moveleiro, algumas delas são a compra de matéria-prima, a montagem de móveis e até a venda, por exemplo.
Nas extremidades desse sistema de produção existem as entradas e saídas. Para se justificar, o processo deve ter mais valor gerado nas saídas do que o que é introduzido nas entradas.
Se em qualquer uma das etapas existe um gargalo, as saídas são reduzidas, repercutindo em um resultado inferior à expectativa gerada pelas entradas.
Identificando os gargalos de produção
Nem sempre é fácil identificar os gargalos de produção. Muitas vezes, mesmo quem já conhece bem o processo produtivo, falha em enxergar com clareza onde está o problema, por falta de dados ou até de organização.
Ter um roteiro de produção bem estruturado é uma forma de combater boa parte dos gargalos. E para planejar e monitorar processos produtivos, a melhor dica é investir em um software ERP, um software especializado em gestão fabril.
Neste artigo, identificamos os seis principais gargalos que podem prejudicar os resultados de uma fábrica de móveis e possíveis soluções para cada um deles. Confira a lista:
Gargalos no setor de compras
As compras são, normalmente, uma das primeiras etapas do processo produtivo em uma fábrica de móveis.
Por isso, são bem decisivas para o bom andamento do restante da linha: peças erradas podem gerar retrabalho e a demora para comprar as matérias-primas resulta em ociosidade em todas as etapas seguintes.
Quem fica à frente das compras é, normalmente, um profissional altamente qualificado com uma grande responsabilidade nas mãos — fazer a relação de todo material necessário para a execução dos projetos com fornecedores confiáveis.
Para evitar gargalos nessa etapa, é interessante utilizar um software ERP especializado no setor moveleiro, capaz de fazer cálculos das quantidades de insumos necessários com base no projeto.
Adotar um ERP deixará o trabalho das compras mais confiável e otimizará o tempo dos profissionais envolvidos nesse processo, liberando-os para outras atividades.
Gargalos no setor de engenharia
É o setor de engenharia que recebe o projeto de móveis de um arquiteto e deve realizar todos os cálculos de dimensões e materiais necessários para implementação dele.
Aqui é onde, talvez, estejam os piores gargalos da indústria moveleira. Quando feito manualmente, esse processo demanda muito tempo: é necessário estimar tudo com precisão, até a quantidade de parafusos necessários no projeto.
Uma forma de agilizar essa etapa é com o uso de um ERP especializado: o software faz a maior parte da matemática e cabe aos profissionais da área apenas a inserção das entradas corretas no sistema.
Gargalos no setor de furação
Antes do surgimento de ferramentas tecnológicas voltadas para a indústria moveleira, o setor de furação representava um dos gargalos mais relevantes neste mercado.
O tempo gasto com essa atividade aparentemente simples e rotineira era desproporcional. Os funcionários recebiam os desenhos técnicos dos móveis em cadernos e precisavam de 30 minutos só para calibrar as máquinas e começar a furar.
Um gargalo na etapa de furar as peças não é algo trivial: erros podem comprometer a matéria-prima e demandar recompras, enquanto os atrasos quebram qualquer previsão de entrega, já que, na teoria, o processo de furação hoje é mais rápido.
Mas ao mesmo tempo que novas soluções apareceram, a demanda também ficou mais complexa nos últimos anos: os móveis estão cada vez mais personalizados, o que quebra o pensamento tradicional de uma produção em série.
Para evitar gargalos na furação é importante, então, máquinas modernas e soluções de integração entre sistemas. Dessa forma, os desenhos feitos pela engenharia são catalogados em forma virtual e os produtos identificados mais facilmente com códigos de barra.
Gargalos na pintura
A primeira parte do processo de pintura do material que chega na fábrica de móveis é lixar tudo. Só depois disso é feita a primeira demão de tinta, usualmente chamada de fundo de pintura, quando é aplicado o primer no material.
Depois de secar, é normal que móveis de alto padrão recebam mais uma demão de tinta — em alguns casos, podem receber até uma terceira demão. E não acaba por aí: após essas aplicações, é feito um novo lixamento para que o móvel enfim receba o verniz ou a laca. Se for a segunda opção, ainda será necessário o acabamento e o polimento.
Toda a fase de pintura pode levar até 48 horas, dependendo da estrutura da empresa e do tipo de acabamento. Em um processo tão complexo e cheio de detalhes, era de se esperar que surgissem gargalos em algum momento.
Uma das formas de evitar falhas nessa etapa é investir no treinamento adequado dos pintores, o que pode aumentar a produtividade deles e reduzir erros que comprometeriam o trabalho.
Também é válido otimizar a distribuição do trabalho e organizar um roteiro de produção, calculando previamente o tempo gasto com cada tarefa e, claro, monitorando o processo.
Gargalos na montagem dos móveis
Nem todas as fábricas brasileiras entregam móveis montados: nos estados do sul, por exemplo, o padrão é a entrega desmontada. Em outras regiões do país, como Minas Gerais, normalmente os móveis são entregues montados ao consumidor final.
O tempo gasto em linhas de fábrica que entregam produtos montados é entre 40% e 50% maior que aquelas que terminam sua produção com os móveis desmontados. O custo também é mais elevado, pois é preciso incluir uma etapa de montagem durante o processo produtivo, com profissionais especializados nisso.
A forma mais otimizada é a entrega dos móveis desmontados, mas se na região em que o produto for vendido, a montagem for um diferencial competitivo capaz de impactar negativamente nas vendas, será necessário se adaptar ao costume e ter uma equipe de montadores.
Para evitar gargalos na montagem, a dica é investir em treinamentos e, sempre que possível, evoluir os padrões e processos desta etapa com base nos dados coletados durante a produção.
Gargalos nas vendas
Um processo de produção completo também inclui as vendas entre as suas etapas. E, apesar de teoricamente estar mais perto da ponta final do processo produtivo, os gargalos nas vendas impactam todas as outras etapas e minam as saídas da empresa.
Um setor de vendas que não tem mão de obra suficiente para dar vazão a toda produção da fábrica de móveis pode reduzir a demanda e gerar ociosidade na cadeia produtiva. Gargalos em equipamentos também podem causar o mesmo efeito negativo.
A solução para esses problemas não é nenhum segredo: um bom relacionamento com clientes impulsionado por um software CRM, investimento em treinamento e seleção de vendedores cada vez melhores e metas baseadas em dados obtidos com indicadores de desempenho são alguns dos passos para esses gargalos de produção em vendas.
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