A automação na indústria moveleira veio para ajudar as empresas do setor a otimizar processos, reduzir custos e elevar a qualidade dos produtos.
Muitas fábricas, marcenarias e indústrias de móveis já estão se beneficiando da tecnologia. A questão agora é entender como você pode levar essa transformação digital para dentro da sua própria operação.
O time Promob preparou este conteúdo para guiar a sua jornada. Acompanhe!
O que é automação industrial?
A automação industrial é um ramo da engenharia e da tecnologia que envolve a aplicação de equipamentos, controles e sistemas para operar máquinas e processos com mínima intervenção humana.
Na indústria moveleira mais especificamente, a automação trata de integrar ferramentas, como CNCs, robôs colaborativos e sistemas ERP para que o fluxo da produção, desde o corte das chapas até o acabamento e expedição, aconteça com menos retrabalho, menos perda de matéria-prima e maior previsibilidade.
Quais são os tipos de automação?
Dentro do universo de automação, existem três tipos que podem ser aplicados. Acompanhe!
Tipo 1: Automação fixa
É projetada para produzir grandes volumes de produtos padronizados. Envolve linhas dedicadas com equipamentos configurados para operações específicas e pouca flexibilidade de mudança de produto.
Na indústria moveleira, isso aparece como linhas de corte e colagem totalmente integradas e projetadas para um determinado módulo ou família de peças.
Tipo 2: Automação programável
Aqui, equipamentos como máquinas CNC e células robotizadas podem ser reprogramados para produzir diferentes peças conforme a necessidade. Na indústria, pode ser usada para alternar lotes de painéis, ajustar cortes e trocar programas para diferentes linhas de produto.
Tipo 3: Automação flexível
Combina reprogramabilidade com integração de sistemas (ERP, IoT, entre outros) e permite linhas que mudam automaticamente de configuração para diferentes produtos. Na indústria moveleira moderna, é usado quando há alta customização e necessidade de entregas rápidas.
Quando automatizar um processo?
Há alguns anos, a automação é tida como um dos investimentos mais importantes para as empresas que buscam competitividade e escalabilidade. De fato, isso é realmente verdade, mas, visto que a indústria moveleira pode ter diferentes níveis de personalização e complexidade de produção, como decidir se vale automatizar um processo?
A princípio, toda empresa que deseja reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade já pode investir em automação na indústria moveleira. Apenas para aquelas que têm produção altamente artesanal ou muito personalizada é recomendada uma análise mais minuciosa.
Qual é a diferença entre automação e automatização de processos?
Ambos os termos soam parecidos e podem até ser confundidos, no entanto, há uma diferença conceitual entre eles.
A automação, que é o assunto desse material, refere-se ao uso de máquinas, equipamentos e sistemas para executar tarefas de maneira independente. Assim, quando em uma linha de corte CNC, por exemplo, o equipamento realiza cortes complexos de painéis sem necessidade de intervenção humana constante.
Já a automatização de processos é mais ampla e envolve também a digitalização e a integração de fluxos de trabalho. Logo, não se trata apenas da máquina executar, mas de orquestrar um processo inteiro para que ele seja automatizado. Nesse caso, quando o pedido entra no ERP, por exemplo, ele gera a ordem de produção, envia o programa para o CNC e atualiza o estoque final.
Quais os benefícios da automação na indústria moveleira?
Na introdução, mencionamos brevemente que a automação na indústria moveleira pode gerar ganhos como aumento da produtividade, redução de desperdícios e padronização da qualidade. Mas será que esses benefícios são os únicos que entram na lista?
Na verdade, não. As empresas do setor moveleiro que trabalham com automação industrial podem também ser beneficiadas com:
- Segurança do trabalho: diminuição de esforços repetitivos e exposição a riscos contribuem para que o ambiente seja mais adequado para o desempenho de funções.
- Escalabilidade: a possibilidade de ampliar a produção sem depender apenas de mão de obra extra faz com que a indústria consiga atender maior demanda sem aumentar custos fixos.
- Agilidade na entrega: prazos mais curtos e maior previsibilidade no lead time permitem que a indústria entregue produtos no prazo combinado.
- Gestão precisa: a integração com sistemas digitais facilita o controle de estoque, ordens de produção e indicadores de desempenho, o que contribui para um trabalho mais estratégico do gestor.
- Melhora no fluxo de caixa: a automação torna o controle do fluxo de caixa mais ágil e preciso, reduzindo erros em cálculos e conferências manuais, além de evitar atrasos e pagamentos incorretos.
- Organização de despesas e receitas: padronização e análise das finanças, substituindo planilhas manuais por uma gestão mais estruturada e eficiente.
- Maior agilidade nas tarefas cotidianas: acelera atividades diárias, como geração de relatórios e consultas de dados, otimizando o tempo e aumentando a produtividade.
- Facilidade na integração de setores e processos: melhora a comunicação entre setores, criando um fluxo de trabalho mais integrado e eficiente.
- Otimização da gestão de fornecedores: facilita acompanhar as compras, padronizar lançamentos e até integrar processos com fornecedores, melhorando a relação e o controle.
- Melhora no controle do estoque: ajuda a identificar falhas, organizar entradas e saídas e manter o estoque sempre atualizado com mais rapidez e precisão.
Quais são os desafios da automação na indústria moveleira?
A popularização do termo “automação” faz parecer que a sua adoção é algo simples de ser praticado. No entanto, existem alguns obstáculos que precisam ser superados caso a empresa realmente deseje obter ganhos com a tecnologia:
- Investimento inicial considerável: dependendo das soluções, o investimento pode exigir planejamento financeiro e análise de ROI para justificar;
- Integração de sistemas antigos: pode haver dificuldade em conectar máquinas já existentes a softwares modernos;
- Falta de mão de obra especializada: operar e manter tecnologias avançadas exige treinamento;
- Cultura organizacional: resistência de equipes que temem substituição de funções;
- Layout fabril limitado: as indústrias nem sempre têm espaço adequado para a alocação de novos equipamentos.
Quais tecnologias são usadas na automação da indústria moveleira?
A automação está diretamente relacionada à inovação tecnológica. Desse modo, o uso de ferramentas e sistemas inteligentes tornam a produção menos dependente do esforço humano.
No setor moveleiro, especificamente, as soluções podem ser aplicadas para automatizar processos. Confira!
CNC com software de nesting
As máquinas CNC revolucionaram o corte e usinagem na indústria moveleira. Quando combinadas com softwares de nesting, permitem que chapas de madeira ou MDF sejam otimizadas ao máximo.
Na prática, o operador envia o desenho digital para o CNC, que executa o corte com precisão milimétrica, já considerando o melhor aproveitamento da matéria-prima. Isso garante padronização, menos retrabalho e maior agilidade, além de reduzir custos com insumos.
Robôs colaborativos (cobots)
Os robôs colaborativos, conhecidos como cobots, são máquinas projetadas para trabalhar lado a lado com operadores humanos, sem a necessidade de barreiras físicas. Diferente de robôs industriais tradicionais, eles possuem sensores que detectam a presença humana e ajustam sua movimentação para evitar acidentes.
Na indústria moveleira, esses robôs podem assumir tarefas repetitivas ou de esforço físico intenso, como montagem de componentes, aplicação de cola ou até mesmo movimentação de peças pesadas.
Sistemas de visão e inspeção automática
Sistemas de visão artificial utilizam câmeras de alta resolução e algoritmos de inteligência artificial para identificar defeitos em superfícies, dimensões incorretas ou falhas de acabamento. Eles analisam cada peça em tempo real, certificando que apenas produtos dentro dos padrões sigam para a próxima etapa.
MES e integração ERP
O sistema MES (Manufacturing Execution System) monitora a produção, enquanto o ERP gerencia áreas administrativas como compras, vendas e estoque. Integrados, esses dois sistemas criam uma visão completa da operação, o que possibilita uma gestão mais estratégica, elimina falhas de comunicação e reduz retrabalhos.
Quais são os exemplos de automação de processos na indústria moveleira?
Uma vez que entendemos quais tecnologias são usadas na automação na indústria moveleira, precisamos analisar agora como elas são aplicadas nos processos. Para tornar essa demonstração mais simples, nosso time selecionou alguns exemplos reais do que já foi validado pelo setor.
Exemplo 1: Integração ERP + CNC
Quando um pedido entra no sistema, o ERP gera a ordem de produção e alimenta o conjunto CAD/CAM com as especificações do produto. O software de nesting calcula o melhor aproveitamento da chapa e gera o programa que é enviado automaticamente para a máquina CNC. O operador, então, apenas confere e posiciona a matéria-prima.
Exemplo 2: Linha automatizada de borda
Painéis cortados são alimentados por um transportador que encaminha a peça para uma coladeira de borda automática que aplica fita, ajusta temperatura e empenho conforme o material. Em sequência, estações fazem desbaste, fresagem de sobreposição e inspeção por sensores.
Exemplo 3: Célula de montagem com robô colaborativo
Numa célula de montagem, um cobot realiza operações repetitivas como aparafusamento e inserção de ferragens enquanto um operador faz a verificação final e ajustes finos. A célula pode incluir uma mesa rotary para alimentar peças, uma estação de fixação e um sistema de visão que confirma posição e torque dos parafusos.
Como automatizar processos na indústria moveleira?
“Entendi toda a parte conceitual e teórica sobre a automação na indústria moveleira. Agora, o que preciso fazer para trazê-la para dentro da minha operação?”
Diagnóstico da produção atual
O primeiro movimento é olhar para dentro da sua fábrica para compreender como está o processo de produção. Aqui, deve-se:
- Mapear o fluxo completo da fabricação das peças, desde o recebimento de matéria-prima até o despacho do móvel pronto;
- Registrar os números, como tempo de corte, usinagem, montagem, acabamento, paradas não planejadas, índices de refugo e gargalos mais frequentes.
Esse levantamento é importante para tirar a automação do campo das suposições para aplicá-la onde realmente faz sentido.
Para ajudar nesse diagnóstico, use ferramentas de mapeamento, medições de tempo por amostragem e checklists de falhas preenchidos junto dos operadores. Conversas com a equipe também podem ajudar a revelar problemas que não aparecem nos relatórios.
Escolha do processo-piloto para automação
Depois de entender o cenário, será preciso escolher um processo-piloto. Ou seja, selecionar uma etapa estratégica de teste, mas que seja de complexidade controlada, como o corte de chapas, colagem de borda ou uma célula de montagem, para validar a viabilidade da automação. Isso é importante para reduzir riscos financeiros e operacionais antes de expandir.
Para conduzir essa fase, estruture um projeto de curta duração, de 30 a 90 dias, e faça o acompanhamento com indicadores para ter certeza que o processo trouxe resultados interessantes.
Seleção de fornecedores e tecnologias
Uma vez que tiver definido o projeto-piloto, será necessário pesquisar as tecnologias e soluções de automação compatíveis com a indústria moveleira.
O processo de escolha deve incluir:
- Pesquisa de portfólio do fornecedor;
- Pedido de demonstrações;
- Avaliação de suporte técnico e garantia de atualização tecnológica.
Implementação, integração e testes
Escolhido o fornecedor e a tecnologia, agora começa a fase mais delicada: colocar o sistema em funcionamento.
Aqui, a implementação deve ser feita de forma controlada, em um ambiente preparado para testar o novo processo de automação na indústria moveleira, e com o apoio dos responsáveis técnicos. Essa transição deve envolver integração com o ERP, MES e demais sistemas de chão de fábrica.
Para conduzir bem essa etapa, o time Promob recomenda:
- Criar um checklist com tarefas críticas, responsáveis e prazos de execução;
- Envolver operadores no processo de validação;
- Realizar testes repetidos e ajustes finos junto ao fornecedor da ferramenta para garantir que a tecnologia funcione.
Treinamento e gestão da mudança
A automação, ainda que fundamentada por máquinas, não depende só delas para gerar resultados, mas sim da expertise por trás dessas soluções.
Por isso, deve-se também treinar os operadores, supervisores e equipe de manutenção para que todos entendam o funcionamento correto da tecnologia e enxerguem a automação com bons olhos.
Rotina de manutenção e monitoramento
Estabelecer uma rotina de manutenção preventiva também é importante para evitar que pequenas falhas causem paradas inesperadas. A automação por si só aumenta a dependência das indústrias em relação às máquinas. Desse modo, se elas pararem inesperadamente, é provável que toda a linha de produção seja afetada.
Então, monitore indicadores como tempo de máquina, paradas e consumo de energia para identificar problemas antes que se tornem críticos.
Escalar com controle
Obteve bons resultados com a automação? Agora é o momento de expandir o projeto, mas sempre com controle. A escalada deve ser feita por módulos, priorizando sempre as áreas de maior impacto e replicando o ciclo de diagnóstico, piloto e validação em cada novo processo.
Na hora de executar, o recomendado é manter estoques de peças críticas, planos de contingência e um time interno já treinado.
Como vimos, o sucesso da automação na indústria moveleira depende de vários elementos, mas um dos principais é, sem dúvida, o apoio das tecnologias certas.
Além do FoccoERP, a Promob também trabalha com outras soluções no portfólio que podem elevar ainda mais a produtividade e a qualidade dos seus serviços/produtos. Conheça-as agora!


